quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Lê para mim, que depois eu conto... Foi um belo percurso!


Lê para mim, que depois eu conto..., um projeto da autoria de Lúcia Barros, nascido no Agrupamento de Escolas António Feijó (Ponte de Lima), no âmbito do estudo de caso que esteve na origem da sua dissertação de mestrado Formar Leitores, Pais e Professores Protagonistas (Barros, 2007), e da Formação THEKA, Projeto Gulbenkian de Formação de Professores para o Desenvolvimento de Bibliotecas Escolares (2006/2007), desenvolveu-se entre 2007 e 2013.



Tendo como principal objetivo a promoção da leitura em ambiente familiar, passava pela formação do mediador família, concretizando-se em pequenos cursos / formações para pais, compostos por um conjunto de sessões que conjugavam componente formativa, de partilha e experiencial.


Foi no longínquo ano de 2007 que tudo começou
 na EB de Rebordões Souto...

Experimentado o sucesso da primeira edição do projeto, e, numa perspetiva de partilha de boas práticas, a autora e coordenadora do projeto foi levando a efeito ações de "formação informal" junto das suas colegas de trabalho "RIBE", e assim o Lê para mim que depois eu conto... foi percorrendo outras escolas dos concelhos de Ponte de Lima, Esposende e Viana.

Em 2010, o Agrupamento de Escolas António Feijó candidatou Lê para mim que depois eu conto... ao projeto Ideias com Mérito (RBE, 2010), incluindo como parceiros os agrupamentos de Freixo, Marinhas e Darque. O projeto foi selecionado e, entre 2010 e 2013 sob a designação Lê para mim, que depois eu conto...II, foi implementado em todas as escolas do agrupamento António Feijó (EPE e 1.º CEB) e em parte das escolas dos agrupamentos parceiros, contando, para o efeito, com a coordenação da autora, Lúcia Barros, e com a colaboração das respetivas docentes bibliotecárias (Ana Barbosa, Augusta Almeida e Carminda Lomba).


Lê para mim que depois eu conto...: o Percurso


Ao longo desse tempo, foram sendo criados, em alguns dos agrupamentos, clubes de famílias leitoras, compostos pelas famílias que passavam pelo projeto, sendo, anualmente, organizado um encontro interconcelhio, que rodava pelos três concelhos envolvidos. 

Em 2012, o projeto marcava presença no II Encontro Internacional de Vigo, Família e Literatura Infantil, com a comunicação Lê para mim que depois eu conto... Literatura Infantil e Mediação Leitora (o artigo pode ser consultado AQUI).


Momentos das comemorações dos 10 anos aLer+ em Família
no Agrupamento de Escolas António Feijó


Embora o projeto tenha terminado em 2013, até 2017, data em que o agrupamento de escolas António Feijó comemorou 10 anos a Ler+ em Família, mantivemos esta página ativa enquanto meio de divulgação de literatura infantil, de estratégias de promoção da leitura, artigos de interesse sobre o tema e testemunhos de leitores e mediadores.

Foi um belo percurso!


Algumas das obras que marcaram presença
na primeira edição do projeto


Tendo chegado a hora de encerrar os trabalhos, decidimos, contudo, manter a página pública. Poderão, para além de conhecer a história deste projeto, revisitar muitos dos momentos felizes que lhe deram corpo e, claro, consultar todo o material que aqui foi sendo partilhado e disponibilizado.

Para os que desejarem continuar a acompanhar o trabalho da autora de Lê para mim, que depois eu conto..., e a ter acesso a informação atualizada sobre literatura infantojuvenil e mediação leitora, poderão fazê-lo em Educação Literária na Família.

Boas leituras!!


quarta-feira, 26 de julho de 2017

Especial Dia dos Avós: uma mão cheia de livros


Para todos os gostos, e para todas as idades, porque os afetos não têm prazo,

Selecionamos uma mão cheia de livros para ler com os avós, para brincar com os avós e/ou para sonhar com os avós... (que tornarão o Verão e as férias ainda mais emocionantes).

Estas obras trazem convites para "cavalgar" numa bicicleta,  fazer um piquenique num local com história(s), construir uma manta de retalhos (ou de memórias), e ainda MIMAR os avós, enquanto nos divertimos.


Integram esta seleção dois dos autores que nos visitaram no ano letivo que agora termina, António Mota que abriu as comemorações dos 
10 Anos aLER+ em Família 
no agrupamento de escolas António Feijó, no mês de outubro, e João Manuel Ribeiro, que marcou presença na Semana da Leitura, no mês de março.

Meu Avô Rei de Coisa Pouca é a obra que o autor considera ter mais notas autobiográficas, tal foi a importância que o avô teve na sua vida. Uma leitura emotiva, quase sensorial, tal é a riqueza de imagens que conseguimos criar através de uma narrativa que transpira poesia.

"(...) Seduzia-me o modo como dava vida a todas a s coisas: flores, frutos, pedaços de chão e nuvens cinzentas. Assim aprendi histórias e mitos. Assim descobri que a velha bicicleta de esquadro, esvoaçando sob os pés fartos de pedaladas, era Pégaso, o cavalo alado. Lembro-me que a nossa primeira andança neste cavalo de ferro foi pelo caminho de saibro e lama, entregues ao descontrolo da loucura ou da velocidade. O avô pedalava, inclinado sobre o guiador, eu agarrava-me com todas as forças à sua cintura e abria as pernas para afugentar ramos e pólenes em que roçávamos na fartura da vegetação."
João Manuel Ribeiro, 2011, pg. 10

Pardinhas é uma obra carregada de memórias, um regresso à infância, narrado pelo avô junto à casa em ruínas... Um romance bem ao jeito do seu autor.

"Não sei o tempo que estivemos sentados sobre as pedras forradas de musgo a ouvir o meu avô, em frente daquele silvado onde, calculo eu, viviam cobras, ratos, formigas, e outra bicharada.
Despertamos quando o meu pai apareceu ao fundo da rua a gritar:
- Então, como é, ó turistas?! Vem a gente fazer uma passeata até à cidade de Pardinhas, e ainda por cima vai comer tarde e a más horas?! A paciência tem limites!...
- Já vamos, já vamos - respondeu o avô.
- Deixe-se estar, Vô - ordenou a Ana. - Nós vamos comer aqui! (...)"
António Mota, 1988, pg. 155

Ao planeta tangerina fomos buscar a Manta. É um bom momento para (re)visitar uma obra tão BELA! E para nos inspirarmos... (se faltarem ideias), podemos socorrer-nos das sugestões dadas pela magnífica equipa que habita este planeta: é só espreitar AQUI.

Para os mais novos (ou nem tanto), os divertidos álbuns Como tomar conta de uma avó e Como tomar conta de um avô, serão, certamente uma fonte de ideias e de prazer para tornar este dia e este verão inesquecíveis!

Boas Leituras e Boas Férias!

terça-feira, 21 de março de 2017

Dicas para ler+ em família (3): temas difíceis - leituras partilhadas


           A experiência de leitura em família que hoje partilhamos vem da casa da professora Cláudia Marinho, que além de apaixonada pelo desporto, é também uma apaixonada pelos livros e pela leitura.
           Neste momento, esta mãe leitora está a viver uma experiência muito interessante de leitura partilhada com a sua filha Filipa, que frequenta o 5º ano: em livros diferentes, ambas leem sobre a difícil temática do Holocausto, partilham episódios, emoções e, sobretudo, a paixão pelos livros. 


Deixamos o testemunho da professora Cláudia, na primeira pessoa, a quem agradecemos a partilha: muito obrigada!


Gosto de ler. Gosto muito de ler. Gosto de conhecer outros lugares, outras vidas, outras histórias através da leitura. Quando termino de ler um livro, fico com saudades das personagens e tenho alguma dificuldade em desligar-me daquele enredo. Curiosamente, eu e a minha filha Filipa partilhamos o mesmo gosto pela leitura. Neste momento, estamos a ler livros diferentes mas com um tema em comum: a perseguição nazi aos judeus.
A Filipa está a ler o “Diário de Anne Frank”, uma menina de uma família judaicaque se refugiou num anexoem Amsterdão, ajudada e protegida por um conjunto de pessoas corajosas e leais, para escapar às perseguições nazis. O seu testemunho relata o dia a dia de várias pessoas, escondidas neste espaço durante dois anos, com o terror de serem descobertos.
Eu estou a ler ”Uma casa de Família”, de Natasha Solomons, inspirado na sua tia avó. Trata-se da vida de uma família judaica de Viena de Áustria. O pai é escritor e a mãe, cantora. Com a ameaça nazi a pairar sobre a Europa e, ao verificarem que muitos dos seus amigos estão a desaparecer, a família Landau teme pela sua segurança e a decisão de fugir do país é dolorosa mas inevitável. No entanto, não conseguem fugir juntos. Aos pais e à irmã mais velha são-lhes garantidos vistos para os Estados Unidos, enquanto que a filha mais nova parte para Inglaterra onde a espera um emprego como criada de uma família aristrocática. Parte com um pequeno tesouro em ouro e pérolas cosidos na baínha dos vestidos, um violino e a promessa de que se reencontrarão dali a seis meses…
Duas histórias, um tema: o Holocausto. Que estas vidas nunca sejam esquecidas.
Boas leituras!


Cláudia Marinho


quinta-feira, 9 de março de 2017

Dicas para LER+ em Família (2): Baralho de Provérbios



Esta ideia, que, segundo a sua autora, já fazia parte das intenções da família há algum tempo, teve o pretexto ideal para ser materializada com a leitura desta obra de António Mota, o autor que abriu em outubro passado as comemorações dos 10 Anos aLER+ em família, por terras de António Feijó.   
A ideia nasceu em casa da Maria José Machado, que além de membro do Programa de Educação Literária na Família, é ainda voluntária da Leitura (e muitas outras coisas), mas sobretudo uma MÃE LEITORA.


Baralho de Provérbios: as cores da bandeira nacional deram o mote para esta
caixinha de sabedoria popular.
A ideia é muito fácil de colocar em prática, está ao alcance de qualquer lar, e permite o envolvimento de TODOS - até dos AVÓS (autênticas fontes de sabedoria popular):

- Recortam-se pequenos cartões;
- Na frente do cartão escreve-se a primeira parte do provérbio, e no verso a segunda parte.
- Depois, é só perguntar... e tentar acertar.
- Pode ser criado um sistema de pontos;
- Podem ser inventados outros "provérbios";
- Podem ser associados a situações do dia a dia;
- Podem criar-se, até, pequenas histórias que contemplem esses provérbios.


É certamente uma excelente ideia para passar bons momentos em família e, simultaneamente, perpetuar esta sabedoria ancestral, passando-a para as gerações mais novas.

Agradecemos à Maria José a partilha e a cedência das fotografias.

Votos de boas leituras!


terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Dicas para ler+ em família (1): Poesia ao fresco


Não é por ser Carnaval, embora ler nunca faça mal, é mesmo porque qualquer dia é bom para partilhar coisas boas, e hoje queremos partilhar uma experiência de leitura em família, que pode muito bem ser copiada ou ajustada a qualquer lar.

Na casa da professora Luciana Brito, que, além de apaixonada pela Matemática, é também uma mãe leitora, o ano começou com um desafio que a própria lançou:

A cada domingo, cada membro da família fica responsável por apresentar, e partilhar com os restantes elementos, um poema. É simples, não é?




O poema, depois de lido, é colocado na porta do frigorífico (um local que, neste lar, alberga memórias felizes), sendo substituído, a cada domingo, por um novo poema: no final do ano terão certamente um rico Poemário Familiar.


E... de cada vez que alguém vai em busca de alimento para o corpo, encontra também alimento para o espírito.

Agradecemos a partilha, bem como a cedência da fotografia, à Professora Luciana. 
Desejamos à família Brito Araújo um ano repleto de Poesia e ficamos à espera que "a moda pegue"!

Vamos aproveitar o dia mundial da poesia para começar?
Boas Leituras!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Os Três Bandidos


Em mês de Carnaval, deixamos a sugestão de "vestir a capa de bandido" e partir à descoberta deste tesouro...

Esta é uma proposta "extra" da Professora / Mãe / Leitora Ana Margarida Luciano, a quem agradecemos a colaboração.

OS TRÊS BANDIDOS

     Os protagonistas desta história são três bandidos.
                Serão eles três vilões? Ou três heróis?
                Os três bandidos assaltavam carruagens. Um tinha uma pistola, outro tinha um fole cheio de pimenta e o último um enorme machado vermelho.
                E então: heróis ou vilões?
                Mais umas pistas:
                Os três bandidos andavam sempre escondidos por baixo de longas capas pretas e de altos chapéus pretos.
                Assustadores, não?
                E ainda há mais:
                «Sempre que apareciam, as mulheres desmaiavam, os cães metiam a cauda entre as pernas e até os homens mais valentes fugiam.»

                Não te restam dúvidas, são terríveis vilões, estes três bandidos. Aliás, nem era preciso tanto, bastava ler o título e consultar um dicionário:

ban·di·do (substantivo masculino) 1. Pessoa que vive de roubos ou outras atividades ilícitas. = BANDOLEIRO, SALTEADOR 2. Pessoa que é pouco honesta ou tem mau carácter. = PATIFE. (AQUI

                Mas… parece que não é bem assim. É que os três bandidos, no fundo, tinham corações de manteiga, que derreteram completamente quando conheceram Úrsula, uma menina órfã que encontraram sozinha dentro de uma carruagem que tencionavam assaltar.
                A partir dessa noite muito escura, a vida dos três bandidos transformou-se…

                Consegues imaginar como usaram o enorme tesouro que escondiam numa casa, na parte mais alta da montanha?
Este livro de Tomi Ungerer (autor e ilustrador) foi editado pela Kalandraka e é aconselhado pelo Plano Nacional de Leitura para crianças do 2.º ano de escolaridade (leitura autónoma e/ou leitura com apoio do professor ou dos pais).

Ana Margarida Luciano


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

A Casa da Mosca Fosca


Retomamos, tal como havia sido prometido, uma rubrica que tem a assinatura da professora Ana Margarida Luciano, que é também uma Mãe / Família Leitora.

Ao longo do ano, iremos revisitar as obras que deram corpo às duas edições do projeto Lê para mim, que depois eu conto...

Como a Mosca Fosca esteve connosco a comemorar o 10º aniversário do projeto, pela voz da Marília, mãe Leitora, que criou novas aventuras para as personagens desta obra, é por aqui que começamos.


Um dos momentos do aniversário 10 anos aLER+ em Família:
"A Sopa do Urso Lambeiro" - continuação das Aventuras da Mosca Fosca.


A Casa da Mosca Fosca 


Autores: Eva Mejuto e Sergio Mora
Editora: Kalandraka

                Eva Mejuto adaptou um conto popular russo e deu-nos a conhecer a Mosca Fosca, que vivia num bosque distante e, «farta de zunir, de dar voltas sem parar/decidiu fazer uma casa para morar». Para morar e não só! Também para receber amigos, para os quais prepararia doces na cozinha.
                Se bem decidiu, melhor o fez. No dia da inauguração do novo lar da Mosca Fosca, um belo cheiro a bolo de amora «espalhou-se pelo bosque afora».
                Um por um, foram chegando os visitantes. O primeiro foi o Escaravelho Carquelho, «aquele que tem o nariz vermelho», o segundo foi o Morcego Ralego, «o que gosta da noite e do sossego», o terceiro… Bem, a certa altura já eram sete (contando com a anfitriã) os convivas reunidos para merendar. Quem não gostou muito de se sentir excluído foi o Urso Lambeiro, «o mais guloso do mundo inteiro»
                Consegues imaginar o que se segue? Sim? Então já sabes como acaba o conto:
 «… com uma dentada e pronto!»


Este é um livro indicado pelo Plano Nacional de Leitura para alunos do 2.º ano (leitura autónoma). As ilustrações de Sergio Mora, que enchem a página e enchem o olho, recriam os divertidos animais protagonistas. Trata-se de uma narrativa acumulativa, rimada, ritmada, que se aproxima das formas da literatura oral. Por isso agrada tanto aos mais pequenos (e não só).

                                                                                                Ana Margarida Luciano